Domingo, 18 de Fevereiro de 2007

Maria Teresa Maia Gonzalez, “Nunca desisti e ainda cá continuo”

Maria Teresa Maia Gonzalez é já uma das mais conceituadas escritoras portuguesas. Com 49 anos, possui uma vasta colecção de obras editadas no campo infanto-juvenil e “escreve para um público que sabe aquilo que faz”. É autora do sucesso “A Lua de Joana”, que conta já com mais de 200.000 exemplares vendidos.
 
 
De onde surgiu a ideia de começar a escrever livros?
Foi quando era professora, em 1989, e vi na imprensa um concurso literário em que teria de escrever uma aventura texto de aventura. Resolvi participar pois não tinha nada a perder. Perder não é risco nenhum. Ganhar é que é um risco. Depois, comecei a colecção “O Clube das Chaves” com Maria do Rosário Pereira.
 
E escreve essencialmente para jovens. Porquê?
Enquanto professora, apercebi-me da falta de literatura juvenil que há em Portugal, entre os grandes clássicos Eça de Queirós e os livros muito infantis. E depois, é também na idade da adolescência e da juventude que se deve implantar o gosto pela leitura. Pois se não acontecer nessa altura, mais tarde será muito mais difícil.
 
O que sente ao ver o êxito das suas obras e as respectivas edições e reedições?
O sucesso não é só meu. Deve-se também, e sobretudo, aos meus leitores. Sem eles, eu não poderia fazer aquilo que faço. E, é claro, que os pais e educadores constituem um papel fundamental no que diz respeito à instituição de bons hábitos. Muitas vezes, é difícil a um jovem conseguir encontrar o melhor para si. Mas é sempre muito gratificante conseguir atingir níveis de vendas tão altos. Significa que o meu trabalho não está a ser em vão. Vale sempre a pena trabalhar para gente que sabe aquilo que quer.
 
Mas, ao escrever um livro, não teme que o público não aprecie a sua escrita?
Quando fazemos um trabalho, nunca sabemos, mesmo dando o nosso melhor, se os outros vão gostar. Mas é isso mesmo que é importante: é dar o nosso melhor! Além disso, acho que não há nada de que toda a gente goste. E se houvesse, também não deveria ser grande coisa... As pessoas são todas diferentes e não seria normal que todas gostassem do mesmo. Quando escrevo um livro, tenho essa noção. Vai haver alguém que goste daquilo que escrevi mas também haverá quem não goste. Mas isso não deve desmotivar aqueles que pensam vir a seguir uma carreira de escritores. Eu também nem sempre tive sucesso, mas nunca desisti e ainda cá continuo!
 
Qual a fonte da tamanha inspiração que deposita nos seus livros?
Há duas coisas em que me baseio essencialmente para escrever um livro. A primeira é a minha memória, aquilo que ficou cá dentro. A segunda é tudo aquilo que os factos do dia-a-dia me revelam. Ou seja, aquilo que vai acontecendo e que atrai a minha atenção fica totalmente armazenado na minha cabeça, o que me facilita muito a vida. Depois de ter as ideias todas arrumadas é só preciso transcrever tudo para o papel. O que nem sempre é fácil porque uma coisa é ter ideias, e outra é saber o que fazer com elas.
 
É frequente vermos nos seus livros várias problemáticas da nossa sociedade. Nos dias de hoje há necessidade em abordar esses temas?
Há sempre necessidade, seja em que altura for. Mas hoje em dia, torna-se cada vez mais urgente, uma vez que esses problemas estão a ficar mais graves. E o que eu tento fazer é alertar as pessoas, principalmente os mais novos pois são eles os mais afectados com essas situações, para o perigo a que estão sujeitos.
 
De tudo aquilo que já escreveu, tem algo de que tenha gostado mais?
O meu livro preferido foi, sem dúvida, a “Contemplação da Coroa”, apesar de ser um dos meus livros menos conhecidos. É nele que falo de uma descoberta que fiz na minha infância e como isso mudou a minha visão do mundo e fez de mim aquilo que sou hoje. Tem para mim um significado muito especial.
 
Quer deixar alguma mensagem aos seus leitores?
Espero que nunca se cansem de ler. Que, pelo contrário, esse gosto cresça cada vez mais forte. E que não se deixem confundir pela sociedade que os quer enganar com esquemas que os conduzem a caminhos problemáticos. Desejo-lhes tudo de melhor!
 
 
 

Maria Teresa Maia Gonzalez . Acedido em: 8, Fevereiro, 2007. Maria Teresa Maia Gonzalez - Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Teresa_Maia_Gonzalez;


Maria Teresa Maia Gonzalez - Curriclum. Acedido em: 8, Fevereiro, 2007. Editorial Presença: www.editpresenca.pt/autores_resultado_detalhe.asp?letra=G&autor=2346;

 

Ao contrário do futebolista, um escritor não tem limite de idade. Acedido em: 18, Fevereiro, 2007. O Regional online: http://www.oregional.pt/index.asp?idEdicao=114&id=3202&idSeccao=896&Action=noticia

 

Fotografias da autoria e responsabilidade do clã ENKI.

Texto totalmente elaborada pelo clã ENKI.

estamos numa de:
publicado por Enki às 16:51

link do post | comentar | favorito

.+ Enki

.pesquisar

 

.Março 2007

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

.posts recentes

. Maria Teresa Maia Gonzale...

.arquivos

. Março 2007

. Fevereiro 2007

.tags

. anúncio

. autora

. entrevista

. equipa

. escola

. livro

. maria t. m. gonzalez

. obras

. reportagem

. sapo challenge

. todas as tags

.links

.fotos

blogs SAPO

.subscrever feeds